21 de jul. de 2012

MARIO QUINTANA


Seleção de Poemas e Frases


DOS MILAGRES

O milagre não é dar vida ao corpo extinto,
Ou luz ao cego, ou eloqüência ao mudo...
Nem mudar água pura em vinho tinto...
Milagre é acreditarem nisso tudo!

DA DISCRIÇÃO

Não te abras com teu amigo
Que ele um outro amigo tem.
E o amigo do teu amigo
Possui amigos também...

BILHETE

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

DA OBSERVAÇÃO

Não te irrites, por mais que te fizerem...
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio...

DO AMOROSO ESQUECIMENTO

Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

A GRANDE SURPRESA

Mas que susto não irão levar essas velhas carolas se Deus existe mesmo...

POEMINHA DO CONTRA

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!

Frases:
* A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda.
* Há noites que eu não posso dormir de remorso por tudo o que eu deixei de cometer.
* O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente.
* O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso.                                                                                                                                                   

Mario Quintana, o "poeta das coisas simples", como era conhecido, nasceu na cidade de Alegrete no RS, em 30 de julho de 1906. 






Algumas de suas Obras: 1940 - A Rua dos Cataventos;1945 – Canções; 1947 – Sapato Florido;1948 – Poemas em Prosa; Espelho Mágico; 1950 – O Aprendiz de Feiticeiro; 1962 -  Poesias (obras reunidas em um único volume);1968 – Pé de Pilão (infantil);1976 – Apontamentos de História Sobrenatural; 1982 – Nova Antologia Poética; 1983 – Lili Inventa o Mundo (infantil); 1984 – Batalhão das Letras; 1986 – Baú de Espantos; 1987 – Da Preguiça como Método de Trabalho; 1990 – Velório sem Defunto;1994 – Sapato Furado (infantil);   

                                     

15 de jun. de 2012

Ateus e não ateus


(Agora, com pouco tempo pra escrever, compartilho todos aqueles artigos, fotos...que considero significativo. Esse é muito bom! Vale a pena conferir!)

 

Eu havia escrito que não apoiava os ateus, pois eles estavam aquém de “Deus está morto”, de Nietzsche. E a filosofia segue com Nietzsche. Perguntar pela existência de Deus seria algo sem sentido. Afinal, como crer ou não crer em Deus se a metafísica acabou e seu oponente, o positivismo, se mostrou apenas o outro lado da mesma moeda? Ridículo não ouvir Nietzsche!
Todavia, descobri que estava pensando filosoficamente demais. Rorty diria: “sobrefilosoficação”, no sentido de “over”.
Meu filho Paulo Francisco Martins Ghiraldelli , que faz filosofia, me fez ver que eu estava errado. Foi ele que me lembrou estatísticas, mostrando o quanto não-ateus acreditam em coisas que emperram nossa vida, e que isso é o que faz com que gente como Daniel Dennett (ou Dawkins) e outros grandes filósofos se ponham atualmente como militantes da causa atéia.
Dennett não é ateu por conta de teologia e, sim, por conta de política: ser ateu para vários americanos e ingleses, hoje, é ser contra aquilo a que Deus está ligado nesses países: culto de nacionalismo exacerbado, culto do militarismo (veja que só Obama não tem repetido o “God Bless America” para lá e para cá), a defesa de currículos escolares anticientíficos e a defesa de negação de direitos a minorias, principalmente gays. Foi vendo esse lado político, que a juventude do meu filho me corrigiu. Lembrou ao pai o dever da velha militância libertária!
No Brasil de hoje, não estamos longe dessa calamidade: Deus ficou do lado errado!
Ponho de lado os ateus que pregam ateísmo como quem quer fundar igreja, mas fico com os ateus que entendem que a questão não é a crença em Deus, mas a crença em Deus porque Ele está aliado ao que há de pior na Terra. O ateísmo político se justifica por completo.
Paulo Ghiraldelli, filósofo, escritor e professor da UFRRJ




25 de mai. de 2012

A escola na luta contra a homofobia


Mais uma reportagem da revista Nova Escola que vale a pena divulgar:

Data internacional e Seminário LGBT ressaltam a importância da instituição no combate à discriminação contra os homossexuais

Dados alarmantes sobre discriminação a homossexuais na escola vieram à tona no 9° Seminário Nacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais realizado na Câmara dos Deputados em 17 de maio de 2012, dia Internacional de Combate a Homofobia. Uma pequena (e triste) amostra: 
Mais de 40% dos homens homossexuais brasileiros já foram agredidos fisicamente durante a vida escolar, diz estudo da Unesco;
Mais de um terço dos 15 mil alunos entrevistados para uma pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) procuram não chegar perto de homossexuais; 
- 21% acham que estudantes homossexuais não são normais; 
- 26% dizem não aceitar a homossexualidade.

Leia mais Como combater a homofobia 

Também é desanimador constatar que possíveis mudanças a esse cenário estão em compasso de espera. O congelamento da discussão vem desde 2011, com o veto governamental ao material anti-homofobia (apelidado pelos críticos como "kit gay"), que os militantes da área veem como retrocesso.

Isso que não significa, claro, que as escolas estejam de braços cruzados. "Ações para a formação de professores sobre o tema têm sido disseminadas", afirma Cláudia Vianna, professora da Faculdade de Educação Universidade de São Paulo (USP) e especialista em Gênero e Educação . "Entretanto, os materiais relacionados estão diluídos pelo Brasil e partem de iniciativas de ONGs, que apenas em alguns casos são incentivadas pelo governo". 

É preciso destacar, ainda, que o trabalho não acaba com a simples distribuição de um livro didático ou com a criação de uma disciplina que trate do assunto. Um trabalho eficaz, capaz de diminuir o preconceito à homossexualidade de modo a ultrapassar os muros da escola, deve permear todo o currículo e as situações de gestão de conflitos. O lado positivo é que já percorremos parte dessa trilha: desde a década de 1990, Educação Sexual é tema transversal previsto nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). O lado ruim é que pouco disso saiu do papel. "Na prática, falta atenção à diversidade sexual e à percepção da sexualidade como resultado de um processo de socialização", argumenta Cláudia.

Retomar o caminho trilhado, portanto, é uma primeira providência indispensável ao combate à homofobia nas escolas. Também é preciso uma dose razoável de realismo. Afinal, o fim do problema depende de um longo processo de formação - não apenas dos alunos, mas também dos professores. Vale a reflexão: quantos docentes ainda acham que a homossexualidade é doença? "As mudanças com relação ao tema são lentas, porque envolvem valores sociais e disputa política por qualidade da Educação em diversos aspectos. Mas não podemos desistir delas", completa a especialista.

16 de mar. de 2012

Os 10 erros mais comuns nas festas escolares


Aulas perdidas, desrespeito à diversidade cultural e à liberdade religiosa... Saiba como evitar esses e outros equívocos

Durante o ano, temos 11 feriados nacionais - na média de um a cada cinco semanas -, um monte de datas para lembrar pessoas (Dia das Mães, dos Pais, das Crianças, do Índio) e fatos históricos (Descobrimento do Brasil, Proclamação da República). Sem contar os acontecimentos de importância regional. Nada contra eles. O problema é que muitas vezes a escola usa o precioso tempo das aulas para organizar comemorações relacionadas a essas efemérides. O aluno é levado a executar tarefas que raramente têm relação com o currículo. [...]
A seguir, os dez principais equívocos dos eventos escolares.

1. Usar as datas festivas como base para o currículo
"Planejar o ano letivo seguindo efemérides desfavorece a ampliação de conhecimentos sobre fatos e conceitos", afirma Marília Novaes, psicóloga e uma das coordenadoras do programa Escola que Vale, de São Paulo. Exemplo? Dia do Índio. A lembrança não envolve estudos sobre as questões social, histórica e cultural das nações indígenas brasileiras. Para haver aprendizagem, é preciso muita pesquisa e mais do que um dia festivo [...] Sem contar os tópicos cuja expressividade é questionável (Semana da Primavera) ou controversa, como o Dia dos Pais e o das Mães: "Enfatizar datas comerciais como essas é ignorar as mudanças no perfil da família brasileira, que nem sempre conta com as duas figuras em casa", completa a psicóloga.

2. Desrespeitar a liberdade religiosa
Dos 11 feriados nacionais, cinco têm origem no catolicismo (Páscoa, Corpus Christi, Nossa Senhora Aparecida, Finados e Natal). As escolas que seguem essa religião lembram as datas. O problema é que as escolas públicas também. Segundo a Constituição da República, o Brasil é um Estado laico, ou seja, sem religião oficial. [...] Para Renata Violante, consultora pedagógica do Instituto Sangari, em São Paulo, os educadores não podem dar a entender que uma religião é superior a outra (quais são mesmo as datas importantes para espíritas, judeus, budistas, islâmicos e tantos outros?). Existem espaços próprios para cultos. Definitivamente, a escola não é um deles. As festas juninas são um caso à parte: elas se tornaram uma instituição e perderam o vínculo religioso. O enfoque folclórico, resgatando alguns hábitos e brincadeiras e a culinária do homem do campo, torna as mais democráticas.[...]

3. Confundir o currículo e o tema da festa
A festa não ter relação com o currículo é um problema. Mas outro tão grave quanto é usá-la como pretexto para ensinar. "Já que temos de fazer bandeirinhas para enfeitar barraquinhas, então vamos aproveitar para ensinar geometria", pensam alguns professores bem-intencionados, esquecendo que um ensino eficiente requer planejamento, avaliação inicial e contínua e uma seqüência lógica que leve à construção do conhecimento. [...]

4.  Subaproveitar as aulas de Arte
Não raro, o espaço que seria utilizado para essa disciplina é convertido em oficina de enfeites. Para colocar o aluno em situação de aprendizagem, é papel do professor de Arte propor atividades que favoreçam o percurso criador. [...] Na confecção de bandeirinhas, por exemplo, as crianças são orientadas a seguir um modelo preestabelecido sem dar espaço a suas marcas pessoais nem enfatizá-las. O modelo, que serviria apenas como referência para a elaboração de outras possibilidades, vira matriz para cópias [...] A produção do estudante deve ter um propósito maior do que atender à expectativa do professor. [...]

5.  Estereotipar os personagens
Caipira com dente preto e roupas remendadas em junho, cocares e instrumentos de percussão em meados de abril. Esses estereótipos não correspondem à realidade. Homens e mulheres que moram no interior não se vestem dessa maneira, e os índios brasileiros vivem em contextos bem diferentes. [...]

6. Obrigar todos a participar
"Professora, não quero dançar", diz um. "Tenho vergonha de falar na frente de todo mundo", avisa outro. Quem já não ouviu essas frases dias antes de um evento escolar? Quando a festa nada tem a ver com a aprendizagem, os alunos não são obrigados a participar. Nesses casos, é proibido causar qualquer tipo de constrangimento a eles. [...] "Quem não tem condição de arcar com uma fantasia para os filhos fica envergonhado e não participa. Fala-se tanto em inclusão, mas as festas às vezes excluem."

7. Não ter uma finalidade certa para os recursos arrecadados
Pequenas reformas, mobiliário novo, material pedagógico... Quando a verba que vem da secretaria não dá para comprar tudo, pensa-se em festa para arrecadar fundos. A comunidade é convidada, participa, gasta, e muitas vezes não fica sabendo o destino dos recursos [...] A solução é divulgar o objetivo da iniciativa e prestar contas quando o bem for adquirido...

8. Ter como objetivo principal apenas atrair os pais
Eles não costumam ir às reuniões, não conversam com os professores sobre o avanço dos filhos e mal conhecem a escola. Os diretores pensam: "Quem sabe, para se divertirem, os pais venham até nós". Embora os momentos de confraternização com os familiares sejam importantes, eles não devem ser a única maneira de envolvê-los. Reuniões marcadas com antecedência e planejadas para compartilhar o processo de aprendizagem e a produção intelectual, artística e esportiva das crianças são as iniciativas que exibem os melhores resultados quando o objetivo é atrair e conquistar as famílias.

9. Usar as festas como única maneira de socializar a aprendizagem
Um dos objetivos da escola deve ser exibir a produção intelectual e artística do aluno, principalmente aos pais, nas mais variadas ocasiões. Fazer uma festa é apenas uma possibilidade, por isso não deve ser usada em excesso. [...]

10. Jogar tempo fora
Usar a sala de aula ou o período que deveria ser dedicado a atividades pedagógicas para os preparativos é um desrespeito com as crianças e com o compromisso que a escola tem de ensinar [...] Se a festa não é concebida como maneira de contextualizar os conteúdos aprendidos, ela deve ser organizada sempre em horários alternativos aos das aulas.

Tem de ter festa!
Ninguém é contra festas, desde que elas sejam para recreação pura e simples ou uma maneira de socializar o aprendizado. As do primeiro tipo podem envolver todos e ser muito divertidas, desde que não ocupem o tempo de sala de aula na organização. Já as que são planejadas para finalizar o estudo de determinado conteúdo exigem muito preparo. Quando o evento faz parte do projeto didático, o tema precisa ser previsto no currículo [...]. Antes de bolarem o evento junto com o professor, os alunos certamente serão convidados a pesquisar, levantar hipóteses, realizar diversos tipos de registros e trocar conhecimentos com os colegas. Já que a festa é uma das etapas do processo, fica proibido deixar alguém de fora. Se um aluno não quiser participar por qualquer motivo, cabe ao professor envolvê-lo e ajudá-lo a superar as dificuldades que surgirem, seja em relação a timidez, seja em relação a habilidades de comunicação.


6 de mar. de 2012

Liberdade de Expressão

Atualmente fala-se muito em liberdade de expressão e, embora ela seja uma das bases mais importantes do Estado democrático, não pode servir de sustentação para artimanhas sociais que venham a ferir outros direitos garantidos como, por exemplo, ferir a honra e a  dignidade de outros cidadãos. Essa liberdade não é, e nem deve mesmo ser, absoluta e irrestrita. 

Liberdade para quê? Para expor seus pontos de vista, respeitando os demais, ou para diminuir e maltratar determinado grupo social? É comum incluir a tal “liberdade de expressão” para justificar o injustificável.

Infelizmente não é raro, especialmente em redes sociais, as pessoas se aproveitarem da tal “liberdade” para despejar todo tipo de preconceito e discriminação. Contra nordestinos, gays, ateus, negros... e em geral fazem isso ou através de falácias (falsas verdades) ou do ataque direto. Por essas e por outras é que a tarefa de conscientizar e humanizar as pessoas é imprescindível, mas enquanto esse quase “milagre” não acontece é urgente criar leis que criminalizem, de fato, todo e qualquer tipo de preconceito.

28 de fev. de 2012

Falácias

Em um mundo onde a informação não conhece fronteiras e chega tão rápida quanto o fato ocorrido é muito importante saber reconhecer quando um argumento pode ser verdadeiro ou  pode ser falso. Isso é importante pra garantir que o seu desejo, modo de pensar e agir seja autêntico. Muitas injustiças foram, são e ainda serão cometidas em função dessas falsas ou meias verdades. Pensar e decidir levando em conta sua própria reflexão não é algo fácil mas que pode ser desenvolvido se bem trabalhado.
“Para quem é professor, por exemplo, é mais importante levar seus alunos a entender como identificar falácias enunciadas por outros, e como não cometer uma falácia, do que ensinar uma grande quantidade de fatos a serem memorizados e logo esquecidos. Aquilo que o professor ensina aos seus alunos deveria ficar com eles até o fim dos seus dias, protegendo-os de políticos capciosos, vendedores oportunistas e de vizinhos intimidadores, desejosos de manipular o pensamento dos seus ouvintes, enganando-os com argumentos falsos ou desviados.” (2)
Descrição de tipos de falácias utilizadas paras manipular opiniões: (1)
“1. Argumentos “ad hominem”, expressão latina que significa “ao homem”. Acontece quando atacamos a pessoa que fala e não o argumento. Exemplo: “Você não vai acreditar na palavra de um negro, não é?!” ou “Fernando Henrique é um péssimo presidente. Também, o que você queria de um sociólogo?!”
2. Argumento de autoridade, tipo de argumento que se baseia na autoridade de quem fala e não na lógica. Exemplo: “Quem me disse que beber água faz mal foi o Sr.Luís, deputado federal, então só pode ser verdade.” ou “Se o pajé mandou não dar remédios às crianças e esperar os espíritos curarem elas, então é certo. O pajé não erra.”
3. Argumento das conseqüências adversas, tipo de argumento que tenta validar uma afirmação dizendo que seria impossível se ela não existisse.Exemplo: “Se não existisse um Deus tomando conta de tudo, isso aqui viraria uma bagunça!” ou “Se não matarmos esse bandido, os outros terão certeza da impunidade e a criminalidade vai aumentar muito!”
4. Apelo à ignorância, a afirmação de que qualquer coisa que não se provou ser falsa, é verdadeira, e vice-versa. Exemplo: “Ele não provou que é homem, então ele é homossexual.” ou “Ninguém conseguiu provar que não existe imortalidade, então, na verdade, somos todos imortais.”
5. Alegação especial, afirmação que recorre a conceitos que seriam inatingíveis para as pessoas comuns (freqüentemente usado para salvar um argumento em profundas dificuldades teóricas). Exemplo: “- Não consigo entender a reencarnação, porque há muito mais gente viva hoje, do que há 10.000 anos. / – Isso é porque você não entende a doutrina dos espíritos.” ou “Você não compreende a magia porque não é um iluminado.”
6. Petição de princípio (também chamada de Supor a Resposta), é quando se faz uma pergunta direcionada para obter determinada resposta específica. Exemplo: “Você não acha que essa estória é falsa?” ou “No meu lugar você não faria a mesma coisa?”
7. Seleção das observações (também chamada de enumeração das circunstâncias favoráveis), Francis Bacon definiu essa falácia como “Contar os acertos e esquecer os fracassos.” Exemplo: “O brasileiro é bom de plano econômico, veja quanto tempo o Real deu certo.” (Esqueceu de mencionar os casos em que não durou nem uma semana, como cruzado, cruzado II, cruzeiro real etc.)
8. Estatística dos números pequenos, falácia parecida com a anterior, mas só que usa números estatísticos de forma errônea. Exemplo: “Dizem que no planeta Terra, em cada cinco habitantes, um é chinês. Que estupidez! Conheço mais de cem pessoas e nenhuma delas é chinesa!”
9. Compreensão errônea da natureza estatística é quando se pega uma estatística e se interpreta livremente, sem compromisso com a realidade. 10.Incoerência tomar certa atitude para certos casos, e outra para outros.
11. “Non Sequitur expressão latina que significa “não se segue”. Dizer uma coisa que não tem nada a ver com outra. Exemplo: “O América vai ganhar esse jogo por que Deus é grande!” ou “Nosso país é muito rico, por isso temos inflação.”  
12. “Post Hoc, Ergo Propter Hoc expressão latina que significa “se aconteceu depois de um fato, foi causado por ele”. Exemplo: “Você notou que o El Niño só fez aquele estrago todo depois que o Fernando Henrique se elegeu. Esse cara causa todos os males.” ou “Depois que você disse que estava tudo errado, tudo começou a dar errado na minha vida.”
13. Pergunta sem sentido, pergunta que traz em si uma incoerência. Exemplo: “O que aconteceria se uma força irresistível atuasse sobre um corpo imóvel?” (Se uma força é irresistível, nenhum corpo está imóvel) ou “Você entende que Deus criou o demônio para exercer mais controle sobre os humanos?”
14. Exclusão do meio-termo ou dicotomia falsa, argumento que só considera os dois extremos entre várias possibilidades. Exemplo: “Se você não está do meu lado, está contra mim!” ou “ou você acredita em Deus, Jesus Cristo, em todos os santos, na infalibilidade do Papa ou você é um ateu!” 15.Curto Prazo versus Longo Prazo subconjunto da falácia anterior, mas muito comum. Exemplo: “Não podemos investir mais em educação porque o problema da violência precisa de solução mais imediata.”
16. Declive escorregadio, caso em que se aceitamos um meio termo, ele necessariamente conduzirá a algum extremo. Exemplo: “Se você deixar o aluno ir fazer xixi uma vez, ele vai acabar querendo ir toda hora e aí vai virar bagunça.” ou “Na hora em que começarem a permitir o uso de armas pequenas, logo todos terão armas enormes.”
17. Confusão de correlação e causa argumento em que uma coincidência estatística, é entendida como causa. Exemplo: “Mais de 50% dos homossexuais têm curso superior, conclui-se que estudar transforma a pessoa em homossexual.”
18. Espantalho, argumento que ridiculariza uma posição intelectual para facilitar o ataque. Exemplo: “Não posso apoiar alguém que se diz filho de macacos!” (para ridicularizar o Darwinismo).
19. Evidência suprimida ou meia verdade, o mesmo que apresentar uma evidência escondendo alguns detalhes que a invalidariam. Exemplo: “Este bairro está muito violento, só ontem morreram duas pessoas.” (ele só não disse que as duas morreram de causas naturais).
20. Palavras equívocas, utilizar eufemismos, ou seja, outras palavras “enfeitadas” para designar conceitos desagradáveis cujas verdadeiras palavras tenham conotação negativa. Exemplo: “A ONU mandou uma força de paz para aquele lugar” (sabemos o que é uma força de paz, é um pequeno exército armado até os dentes) ou quando o comandante fala para o soldado: “Precisamos manter a ordem, pode cuidar dos sem-terra.”

Fontes consultadas:
1.       http://emeric.wordpress.com/2007/06/29/argumentos-falaciosos/                                                           

23 de fev. de 2012

Meus Amigos Virtuais


Quando iniciei minha participação em redes sociais, só adicionava pessoas que eu conhecia pessoalmente e, em raríssimas vezes, àqueles que conhecia apenas virtualmente. Aos poucos fui conhecendo opiniões, ideais e lutas diversos dos quais me identifiquei e abri espaço, cada vez maior, aos amigos virtuais.

Hoje, posso dizer, tenho muito mais desses amigos – dos quais eu conheço “apenas” suas idéias – e bem menos dos que eu conheço “apenas” pessoalmente. Um número ainda pequeno de amigos que conheço tanto suas lutas quanto pessoalmente.

Conheci, também, tantas vidas, tantas lutas, tantos modos de pensar e sentir, que antes quase não tinha contato, e me “apaixonei” por eles. Pessoas que lutam por uma sociedade mais justa através, não só de palavras mas, principalmente através de atos.

Percebi, ou melhor, confirmei o que já sabia que, justamente as pessoas que mais sofrem preconceito perante a sociedade são os que mais solidariedade demonstram ter para com o outro. Provavelmente por sentir na pele saibam melhor o que essa rejeição significa.

Mas não sou ingênua (só um pouquinho!) e sei que é fácil e, também, humano mostrar apenas ou principalmente o seu lado bom, positivo... ocultando seus defeitos. Em geral fazemos isso pois necessitamos ser amados e aceitos pelas pessoas. No fundo todos somos carentes. Mas com o tempo, com as conversas, etc, vamos percebendo o ponto fraco uns dos outros. Mas aí já temos um do outro a simpatia.

Agradeço aos meus amigos, virtuais ou não, por mostrar-me outros lados dessa nossa vida fazendo-me crescer como pessoa.

17 de fev. de 2012

O Poder da Comunicação

          A comunicação faz a realidade, isto é, uma coisa passa a existir no momento em que é noticiada. Se ela não for divulgada para a maioria das pessoas "deixa de existir', embora continue acontecendo.

      Se os que possuem os meios de comunicação resolverem não dizer nada sobre determinado assunto, essa realidade deixa de existir para a maioria das pessoas. A força de um meio de comunicação está, muitas vezes, mais no silenciar do que no comunicar. É certo dizer que quem tem a comunicação tem o poder pois, a comunicação faz a realidade do cidadão. Os que tem a comunicação definem os outros.

Os meios de comunicação social são, também, os principais transformadores de cultura de um país. Ao assistirmos um filme ou novela, por exemplo, além do enredo tem também o ‘pano de fundo’ que mostra um tipo de moradia, uma maneira de comer, de falar, de vestir, de relacionar-se... e é esse pano de fundo que fica na mente, no inconsciente. Aos poucos e, sem dar-se conta, a mudança dos padrões culturais vai ocorrendo.

As notícias são a parte mais importante na formação da opinião pública. Elas vão direto à mente das pessoas, constituindo a realidade, a verdade, os fatos e os acontecimentos.

Precisamos ter um espírito crítico muito desenvolvido para não nos deixarmos embrulhar e nem deixar que as notícias façam ‘nossa cabeça’. A preservação da liberdade de uma pessoa está diretamente relacionada à maneira como ela se comporta em relação às notícias que recebe.

5 de fev. de 2012

“Corrente do Bem”

Encontrei esse vídeo na Internet - simples mas profundo - e faço questão de compartilha-lo, também, em  meu Blog. É um vídeo que mostra como uma gentileza provoca satisfação e surpresa a quem a recebe, ao mesmo tempo em que tal atitude o contagia formando, assim, um círculo vicioso (vício do bem, é claro!). 


´
Compartilhem também!!!

29 de jan. de 2012

Dia da Visibilidade Trans

Hoje: 29 de Janeiro, é o Dia da Visibilidade Trans que  tem o objetivo de ressaltar a importância da diversidade e respeito para o Movimento Trans, representado por travestis, transexuais e transgêneros.

Transexualidade, dito de forma bastante simplificada, é a condição considerada pela OMS como um tipo de transtorno de identidade de gênero, na França, entretanto, deixou de ser considerada como Transtorno mental em 2010.
Refere-se à condição do indivíduo que possui uma identidade de gênero diferente a designado no nascimento, tendo o desejo de viver e ser aceito como sendo do sexo oposto.

A grande maioria dessas pessoas busca seus direitos básicos e fundamentais como o direito a ser chamada e reconhecida legalmente pelo seu nome social, além da luta para não ser discriminada ou agredida física ou verbalmente pela sociedade. Segundo dados da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT), 85% das transexuais e travestis já sofreram algum tipo de violência. 'O direito à diferença nada mais é do que a efetivação dos direitos à igualdade e à liberdade.' 

A sociedade delimita papéis tomando como base o sexo jurídico para daí construir um sexo social. Este, por sua vez, decorre da educação familiar e social que a criança receber de acordo com seu sexo jurídico. Nas sociedades ocidentais, o protótipo de normalidade traçado para os papéis sexuais é o do heterossexual. Analisando-se a Constituição pátria, identifica-se uma violação ao Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, obrigar um individuo a carregar um nome que não condiz com seu estado físico-psíquico. Vale ressaltar, que um autêntico Estado Democrático de Direito reconhece, respeita e faz cumprir todos os direitos dos seus cidadãos, inclusive, o direito a uma nova identidade sexual.”(6)

Sugestões de livros sobre o tema

- Viagem Solitária – João W. Nery =  É a história do primeiro transexual masculino a operar-se no Brasil. Uma frase dita no prefácio desse livro expressa um pouco o sentimento que se tem ao lê-lo: “Leiam-no e humanizem-se”



- ‘Corpo Gênero e Sexualidade, um debate contemporâneo na educação’ – Guacira Louro = não trata propriamente da transexualidade mas, faz uma análise crítica sobre os corpos feminino e masculino e a representação deles na sociedade; discute o fato de os valores serem transmitidos através da mídia e de diferentes espaços sociais que  influenciam o comportamento e o desejo das pessoas, assim como os jogos de poder que definem o que seja um corpo saudável, bonito, decente, etc. “[...] a diferença, mais do que tolerada ou respeitada deve ser colocada permanentemente em questão”

                                     Sugestões de vídeos interessantes

Entrevista: João W. Nery (transexual masculino) – De frente com a Gabi

Documentário: Meu Eu secreto (crianças 'Trans')


Por favor, caso encontrem alguma informação ou termo que não corresponda à realidade atual, corrijam-me.


Fontes consultadas:
  1. http://blogueirasfeministas.com/2012/01/chamada-blogagem-coletiva-visibilidade-trans/
  2. http://dykerama.uol.com.br/src/?mI=1&cID=54&iID=457&nome=Dia_da_Visibilidade_Trans
  3. http://blocodoclovis.blogspot.com/2012/01/dia-29-de-janeiro-dia-da-visibilidade.html
  4. http://pt.scribd.com/doc/52001003/11/DIREITOS-DOS-HOMOSSEXUAIS-E-TRANSSEXUAIS
  5. http://pt.wikipedia.org/wiki/Transexualidade
  6. http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=1946












21 de jan. de 2012

Minha família 'diversidade'

Venho de uma família bastante heterogênea. Tenho parentes pobres e ricos, ultra conservadores e ultra liberais, evangélicos, pastores e ateus.  Minha madrinha e meu padrinho de batismo são homossexuais e agnósticos. Minha madrinha de crisma é hétero e religiosa fervorosa.

Todos tratam-se com cordialidade e na sua maioria tem bons sentimentos. Mas apesar desse bom caráter noto uma espécie de ‘pseudo-respeito’ ou preconceito por parte dos mais conservadores para com os mais ‘liberais’, digamos assim.

Falo em pseudo-respeito pois acredito que respeitar o outro não seja apenas “falar educadamente” com ele mas, sim, aceitar os seus direitos. É como aquela conhecida frase: “não tenho nada contra negros (ou gays ou ateus) mas nego-lhes o direito.” Sei que eu não preciso ser negra ou gay ou ateu ou deficiente físico para  conhecer e lutar por seus direitos. Reconheço todos os seres humanos como iguais em suas diferenças e não acredito que ninguém seja melhor ou pior do que o outro pelo simples fato de ser religioso ou hétero ou por não ter deficiência física, por exemplo.

Quando percebo pessoas boas, de boa índole e bom coração agindo dessa forma preconceituosa e achando normal que os direitos sejam apenas de alguns, lembro de uma frase que li uma vez na Internet: “Pessoas boas farão coisas boas e pessoas ruins farão coisas ruins. Mas para pessoas boas fazerem coisas ruins é preciso religião.” Isso porque a única explicação para esse pensamento discriminatório são alguns dos ensinamentos vindos de certas religiões ou da bíblia.

É só uma constatação e um desabafo! (Pronto, falei!)

15 de jan. de 2012

Viagem Solitária

Recentemente li e recomendo o livro: Viagem Solitária de João W. Nery. É a história do primeiro transexual masculino a operar-se no Brasil.

 Mesmo já conhecendo o tema transexualidade e sabendo (superficialmente, claro!) de alguns casos é, somente quando se lê a história de João, com seus dramas, medos, desejos, lutas e conquistas que se é capaz de sentir um pouco do que seja, realmente, a transexualidade e o transexual e admirar sua coragem e sua determinação. Coragem em assumir sua essência, seu eu verdadeiro, autêntico e sua  determinação em lutar em prol de sua felicidade, de sua realização.

É enquanto se lê o livro que se é capaz de olhar para as pessoas e ver o ser humano antes de qualquer conceito. É muito difícil explicar o que senti mas talvez a frase dita no prefácio desse livro consiga expressar um pouco:  “Leiam-no e humanizem-se”