21 de jul. de 2012

MARIO QUINTANA


Seleção de Poemas e Frases


DOS MILAGRES

O milagre não é dar vida ao corpo extinto,
Ou luz ao cego, ou eloqüência ao mudo...
Nem mudar água pura em vinho tinto...
Milagre é acreditarem nisso tudo!

DA DISCRIÇÃO

Não te abras com teu amigo
Que ele um outro amigo tem.
E o amigo do teu amigo
Possui amigos também...

BILHETE

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

DA OBSERVAÇÃO

Não te irrites, por mais que te fizerem...
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio...

DO AMOROSO ESQUECIMENTO

Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

A GRANDE SURPRESA

Mas que susto não irão levar essas velhas carolas se Deus existe mesmo...

POEMINHA DO CONTRA

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!

Frases:
* A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda.
* Há noites que eu não posso dormir de remorso por tudo o que eu deixei de cometer.
* O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente.
* O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso.                                                                                                                                                   

Mario Quintana, o "poeta das coisas simples", como era conhecido, nasceu na cidade de Alegrete no RS, em 30 de julho de 1906. 






Algumas de suas Obras: 1940 - A Rua dos Cataventos;1945 – Canções; 1947 – Sapato Florido;1948 – Poemas em Prosa; Espelho Mágico; 1950 – O Aprendiz de Feiticeiro; 1962 -  Poesias (obras reunidas em um único volume);1968 – Pé de Pilão (infantil);1976 – Apontamentos de História Sobrenatural; 1982 – Nova Antologia Poética; 1983 – Lili Inventa o Mundo (infantil); 1984 – Batalhão das Letras; 1986 – Baú de Espantos; 1987 – Da Preguiça como Método de Trabalho; 1990 – Velório sem Defunto;1994 – Sapato Furado (infantil);